...Ia aqui a miss descansadinha ao volante do seu bólide / micro-ondas.
Janela aberta , música nas alturas, final da tarde a chegar a Lisboa.
Estava meia perdida e andar a 20km/h desesperadamente à procura de uma placa que me indicasse o sítio pretendido ou algo que eu identificasse como conhecido.
(Sinceramente, ainda não consegui entender como andar de carro em Lx. Ajudem-me aqui oh pessoal conhecedor… é impressão minha ou não há placas no centro da cidade?)
Bem, continuando que a história já vai ser longa…
Entro eu numa rotunda… uma qualquer que penso ser bem conhecida lá na mouraria (sem sentido pejorativo, ok?)…
Faço os 1º ¾ da rotunda à mesma velocidade caracoleana e a olhar para todos os lados à procura da placa milagrosa… não encontro e mentalizo-me que vou ter que dar umas 20 voltas para ver se conheço alguma coisa.
Pensamento que ocupava todo o sector pensante da cabeça daqui da vossa amiga “fooooooooo**-se!!! Não vou conseguir chegar à Pu** da reunião a tempo caral** pu** que pariu esta mer** toda!! - já perceberam a ideia, certo?
A esta altura, já bastante enervada, sou interrompida pelo esgar de raiva de uma gaja montada numa bela mota (daquelas tipo famel ou zundap) mas com uns auto-colantes que diziam BT.
Chit!
A mulher-polícia estava verdadeiramente histérica…
Eu assumi que não estivesse a falar comigo e, inclusive, encolhi os ombros e olhei em todas as direcções a tentar perceber com quem é que ela estava a falar…
Não estava ninguém a fazer nada de mal. Como eu estava de janela aberta e a 20km/h perguntei, ainda em andamento, se a senhora estava a falar comigo.
Ela responde:
“estou a falar contigo sim senhora!! Encosta aí o carro que se não sabes conduzir não conduzas!!”
PÁRA TUDO! FOOOOOOOOOOOO**-SE!!! EU OUVI BEM?
CON
TIGO?? ENCOST
A??
Mas esta vaca está a tratar-me por tu?
MAS QUÉSTA MERDA??
Beeeemmm nesta altura passaram-me umas quantas atitudes passíveis de punição através de inibição de vida social – PRISA!
Mas como, eu até sou uma gaja polida e educada (e como não podia apanhar nem mais uma multa senão a carta ia c’o catano), mantive a calma e parei o carro sem ondas e perguntei o que é que se tinha passado…
Bem, a mulher continuava completamente desvairada (havia a festa de celebração do campeonato ganho pelo SLB nesse dia… suponho que haja ligação entre o mau-humor da senhora e este facto)…
Fartou-se de dizer : “ias-me matando, pá”…
E eu só lhe dizia: “ mas eu vou a 20km/h! não acha que teria apercebido se estivesse na iminência de matar alguém????” – já estava capaz de a trincar! É que a gaja, de tão absorta que estava com os seus próprios pensamentos, não ouvia nada nem ninguém!
Pediu-me – grosseiramente – os meus documentos.
Entreguei-lhos.
Ah e tal, mais daqui mais d’além… VOU-TE AUTUAR!! Damn!
Eu, que ainda não tinha percebido qual tinha sido a minha tão grave infracção que ia tirando a vida a uma agente da autoridade, continuei em busca de uma explicação.
Pouco depois ela disse que eu tinha passado um vermelho!!!
Não passei! – defendi-me como pude mas vocês sabem… nestas situações….. é lixado!
Bem, trocas e baldrocas depois e mais umas conversas desalinhadas, lá me passou o auto!
Eu tremia que nem varas verdes – o meu pensamento estava a 1000 à hora a tentar perceber que raio é que eu ia fazer para me safar. Não posso MESMO ficar sem carta…
Entretanto chegou um colega dela e a senhora, de repente mudou de maneiras e passou a tratar-me de uma forma super cordial, super educada, super formal…
BEM… AQUI EU PASSEI-ME!!
- mas porquê que agora me está agora me está a tratar assim tão bem? Ainda há pouco me tratava por tu e me insultava… é por estar com um colega?
- mas eu tratei-a mal?? Ah não … estou a trata-la da mesma forma de há bocado (cara de lontra)…
AIIIIIIIIII
O colega foi embora mas antes perguntou-me:
- a senhora precisa de alguma coisa?
- preciso. Preciso que haja bom senso nestas coisas e que acreditem em mim!
- mas quanto a isso não posso fazer nada!
Bem, a gaja ouviu o que eu disse ao colega e passou-se!
Deixa-o sair dali e dirige-se para o meu carro com uma vontade inequívoca de me dar na tromba… ela berrava, ela gritava, ela insultava, ela fazia 30 por 1 linha…
Não me bateu (era doce...) mas faltou pouquinho.. metia a cabeça na janela do meu carro a cada 3 segundos! Parecia uma cadela enraivecida!
Olhem eu… limitei-me a fechar a janela e sair dali e deixa-la a falar sozinha…
Passaram-me coisas bem piores pela cabeça… no auge da cena toda passou um autocarro por trás dela e só me apeteceu empurra-la para trás.
Não fiz nada disso mas escrevi cartas para todo o lado e mexi as minhas “influências” de forma a conseguir o telefone do chefe dela.
Falei directamente com ele. Foi instruído um processo de averiguação.
Passado uns meses recebi umas cartas de resposta. Ela negou tudo (naaaa!!) por isso ficou impossível de provar o que quer que fosse.
Ao menos ela chateou-se bem mais do que eu.
Lá consegui impugnar a multita e a carta ainda se passeia na minha carteira.
sempre que me lembro desta história fico com o ritmo cardíaco quase em colapso...
acham normal?
Só a mim...
Devo ter um odor corporal que atrai as melgas e as cenas tristes...
NOTA: vamos dizer que a história é fictícia, tá? Não vá o diabo tece-las e o DGV ver este blog assim por acaso e voltar a atrás na decisão…